Fontes, componente de suma importância para o bom funcionamento de um computador. Porém, é um componente muitas vezes deixado de lado, em prol do investimento em peças como processador e placa de vídeo. E isto está errado! A fonte deve ser considerada o principal item de um computador, pois ela irá garantir a alimentação de tudo no computador! Fontes de péssima qualidade podem inclusive explodir e queimar os componentes do seu computador. Meu objetivo com este post é trazer a maior quantidade de informações possíveis de forma simplificada, sem entrar em muitos termos técnicos. Ou seja, este artigo é dedicado a usuários comuns e entusiastas, não a especialistas da área.
Uma fonte é eficiente quando ela entrega sua máxima potência rotulada desperdiçando a menor quantidade de energia possível! Qualquer fonte, por melhor que seja, desperdiça energia durante o processo de conversão e retificação, energia essa que acaba sendo desperdiçada em forma de calor. Resumindo, para produzir a potência rotulada, a fonte consome um valor X a mais. E é possível saber qual é este valor através da sua eficiência.
Para separar boas fontes eficientes de péssimas fontes ineficientes, foi criado o programa de certificação 80 Plus, que visa certificar fontes que consigam provar sua eficiência de pelo menos 80% quando submetida a testes de 20, 50 e 100% de uso. Quanto maior a eficiência, maior é o selo a ela atribuída. Veremos a seguir.
Tipos de certificação e relação de carga x eficiência
Observem que a fonte é mais eficiente quando está sob 50% de uso, portanto, para ter o máximo de eficiência e o mínimo consumo possível, dimensione sua fonte para que ela possa suprir com folga seus componentes e ainda sobrar 50% de potência. A fonte aquecerá menos e consumirá menos!
Então podemos concluir pela lógica, que não devemos usar fontes exageradamente potentes para PCs modestos! Imagine o seguinte exemplo: Um computador que exiga 150W com uma fonte de 1000W. Note que ele está exigindo menos de 20% da fonte, e mesmo que esta possua o selo 80 plus, sua eficiência não é garantida, já que a certificação exige testes a partir de 20% de uso. Resumindo, abaixo dos 20% a fonte pode ter uma eficiência mais baixa do que se estivesse em 50% de uso. Portanto, usar uma fonte menor, por exemplo, 350W também com o 80 plus, iria garantir a maior eficiência, já que ela estaria sendo exigida em aproximadamente 50%.
Algumas informações importantes sobre o 80 plus:
É importante enfatizar que este não é um valor exato, já que a eficiência real varia de acordo com a temperatura e a tensão de entrada, mas permite que você tenha uma boa aproximação.
Além da energia realmente consumida pelo equipamento, medida em watts (chamada de potência real), temos a potência reativa (medida em VA), que é exigida pela fonte no início de cada ciclo e rapidamente devolvida ao sistema, repetidamente. A fonte converte corrente alternada em corrente contínua, e a cada ciclo de corrente que chega a fonte, é gerada a energia reativa. A energia reativa tem seus propósitos dentro da fonte. Porém, causa aquecimento e perda de eficiência de forma indireta. Por isso, quanto menos energia reativa for usada, melhor. Para resolver isso, foi desenvolvido o PFC (fator de correção de potência).
Em Fontes sem PFC, a energia reativa é maior. Fontes com PFC passivo garantem de 70 a 80% de energia ativa contra 20% de energia reativa, o que já é alguma coisa! Porém, o mais recomendo é o PFC ativo, que garante até 99% de energia ativa contra apenas 1% de energia reativa. Então, fontes com PFC ativo tendem a ser mais frias e energeticamente mais eficientes.
Algumas informações importantes sobre o PFC:
Fontes genéricas ou semi-genéricas não deve ser utilizadas, pois além de não terem o PFC ativo e eficiência mínima de 80%, não possui circuitos básicos de proteção, ou estes são ineficientes. Ou seja, fonte genérica consome mais, esquenta mais, não garante sua potência rotulada e pode simplesmente queimar a si própria os os componentes do computador, por falta de circuitos de proteção.
A longo prazo, adquirir uma boa fonte com a certificação 80 plus, que é mais cara que as genéricas, lhe garantirá economia de consumo elétrico. Vou mostrar um exemplo:
Tomando como base um PC de configuração modesta, que consumisse uma média de 100 watts e ficasse ligado 12 horas por dia, teríamos o seguinte:
– Fonte com 65% de eficiência:
Consumo médio: 152.3 watts/hora
Consumo total ao longo de 12 meses: 667 kilowatts-hora– Fonte com 80% de eficiência:
Consumo médio: 125 watts/hora
Consumo total ao longo de 12 meses: 547 kilowatts-hora
Dentro do exemplo, tivemos uma redução de 120 kWh, que (tomando como base um custo de 44 centavos por kWh) correspondem a 53 reais. Se o PC ficar ligado continuamente, ou se levarmos em conta o consumo ao longo de dois anos, a economia já vai para 106 reais, o que começa a se tornar uma redução significativa.
Ao usar um PC mais parrudo, a econonomia poderia passar de 300 reais!
Portanto, fontes de qualidade não pode ser deixado de lado! Use sempre fontes de qualidade!