Hoje vamos analisar mais um modelo de RX 5700, desta vez uma versão Premium da marca ASUS, a ROG Strix RX 5700 OC 8GB, e neste artigo veremos uma comparação com outro modelo que eu já analisei antes, a RX 5700 Pulse da Sapphire, para entendermos o que muda entre um modelo mais básico da 5700 vs um modelo mais caro. Também vou analisar a construção interna da placa e veremos detalhes sobre a temperatura e ruído da Strix. Acompanhe também no canal, o unboxing e minhas primeiras impressões em vídeo no Youtube.
No canal eu já comentei bastante sobre a RX 5700 e sobre como a AMD vem melhorando seus produtos com o passar dos anos. As placas mais rápidas da AMD sempre consumiram bem mais energia que as concorrentes da NVIDIA, cito por exemplo a R9 290x de 2013, R9 Fury X de 2015, RX Vega 64 de 2017. Mas as novas placas Navi RX 5700 agora na litografia 7nm e nova arquitetura RDNA melhoraram muito e deixaram esse legado para trás.
Ela forma a atual linha de frente da AMD para disputar contra RTX 2060 e RTX 2060 Super, RTX 2070 e RTX 2070 Super, se posicionando em performance no meio delas. Duas placas contra quatro. Em relação a versão XT, ambas usam a mesma GPU Navi 10, tendo 2304 Stream Processors vs 2560 da XT, 144 TMUs vs 160 e os mesmos 64 ROPs, 180W de TDP vs 225W, mantendo-se iguais na memória, 8GB GDDR6 14Ghz no barramento 256 bits, largura de banda 448 GB/s. A placa tem o clock base de 1610 Mhz, Game clock 1725 Mhz, Boost 1750 Mhz, um pouco superior ao modelo Pulse analisado anteriormente e sendo um dos maiores clocks entre as 5700.
RTX 2060 | RTX 2060 SUPER | Asus RX 5700 Strix | RX 5700 XT | |
GPU | TU106 | TU106 | Navi 10 | Navi 10 |
Shaders | 1920 | 2176 | 2304 | 2560 |
TMUs | 120 | 136 | 144 | 160 |
ROPs | 48 | 64 | 64 | 64 |
Clock da GPU | 1365 / 1680 MHz | 1470 / 1650 MHz | 1610 / 1750 MHz | 1605 / 1755 MHz |
Clock da Memória | 14000 MHz | 14000 MHz | 14000 MHz | 14000 MHz |
Tamanho da Memória | 6 GB GDDR6 | 8 GB GDDR6 | 8 GB GDDR6 | 8 GB GDDR6 |
Barramento da Memória | 192-bit | 256-bit | 256-bit | 256-bit |
Largura de Banda | 336 GB/s | 448 GB/s | 448 GB/s | 448 GB/s |
TDP | 160 W | 160 W | 180 W | 225 W |
Energia | 1 x 8-pin | 1 x 8-pin | 1x 6-pin + 1x 8-pin | 1x 6-pin + 1x 8-pin |
Preço no lançamento | US$ 349 | US$ 399 | US$ 399 | US$ 399 |
Ela segue o mesmo visual já visto na série RTX 20 da NVIDIA, que é quase igual ao já visto na série GTX 10, ou seja, basicamente o mesmo design de 2016. Sua construção é em plástico com algumas aberturas por onde vazam a iluminação RGB configurável via software, mas o que realmente chama a atenção é o olho ROG no backplate que também tem iluminação, sendo esta parte visível no gabinete pela janela lateral. Suas três fans de 90mm, contam com o recurso fan stop individual, acelerando e reduzindo a rotação conforme a demanda, e podem ser sincronizadas com as fans do gabinete através de conectores laterais na placa.
Na parte de cima podemos ver o Switch de Dual BIOS da placa, onde existe o modo Silent e o modo Performance, que é autoexplicativo, o botão para desligar a iluminação, a logo Republic of Gamers (ROG) e a alimentação PCI Express 8 + 6 pinos (Fonte recomendada: 600W). Na parte de trás vemos 1x HDMI 2.0b e 3x DP 1.4. A placa é bem grande e pode não encaixar em todos os cases, sendo 30.5cm de comprimento, 13 de altura e 5.4 de largura, ou, 2.7 slots de largura.
Novamente, assim como outras placas, existem selos de garantia nos parafusos da GPU, o que impossibilita a abertura dela sem que a garantia seja anulada. Mas eu vou usar como referência as fotos do site Techpowerup que tirou todas as fotos da sua construção. Como eu não achei uma foto em alta resolução da 5700 Strix, peguei da 5700 XT Strix, que é praticamente igual, mudando que aqui tem dois PCI 8 pinos.
A construção da placa é quase idêntica a RX 5700 XT Strix, tanto no cooler quanto no PCB. O dissipador é bem robusto, um verdadeiro sanduíche de metal que faz contato com a GPU através de uma base que aparenta ser de níquel e o calor é transportado para o restante do dissipador através de 6 heatpipes. Há elevações no dissipador que fazem o contato direto dos DRMOs e componentes periféricos com todo o conjunto do dissipador. A placa tem um baseplate que complementa a dissipação, fazendo contato com todos os chips DRAM e com os DRMOs do VRM da memória através de thermalpads. O backplate também tem uma função interessante neste projeto pois além de receber e espalhar o calor do PCB por indução, também tem thermalpads na área traseira da GPU e RAM, o que ajuda a amenizar a temperatura do outro lado.
Na entrada de energia do slot PCI Express vemos um indutor 0.33uH e alguns capacitores de cerâmica para suavização e filtragem, o mesmo visto nos plugues PCIe. O PWM usado é um IR35217 que controla todas as fases sem doublers, o que ajuda na resposta dos transientes. Na entrada do VRM vemos 7 capacitores sólidos 270uF e 16v, 10+1 fases para GPU e SOC usando Power Stages Infineom TDA 21462 de 60A, evoluções dos famosos DrMOS com sistemas de monitoramento integrado extremamente eficientes. Teoricamente podem fornecer 600A com estabilidade, o que é absolutamente overkill para esta GPU, o que se traduz diretamente em um VRM mais folgado e frio e o que me leva a crer que é um PCB preparado para futuras Navi mais rápidas. Eu presumo que a primeira fase é para SOC pois existe uma reinicialização da contagem de componentes no PCB. Eu não encontrei informações dos indutores e a sua indutância. Por fim, existe um capacitor sólido para cada fase de 820uF e 2.5v na saída antes da GPU.
Na memória vemos o PWM IR3567B que controla as três fases e no circuito de filtragem vemos capacitores SMD 100uF e 470uF para auxilio do ripple, usando os mesmos Power Stages do VRM principal que alimentam os 8 módulos de RAM Micron D9WCW 1750 Mhz 1GB cada que rodam à 14 Ghz.
Na parte de trás vemos recursos específicos para overclockers, como os pontos de medição próximo ao botão do led, os conectores para fans e RGB, leds nos plugues de energia que indicam se os cabos estão conectados e passando energia, alguns capacitores SMD Tantalum nas memórias, uma série de capacitores de cerâmica para filtragem em diversas áreas para filtragem de ruídos.
Em todos os testes que vem a seguir, as placas estavam em suas condições originais, ou seja, sem alterações nos drivers, com seus perfis de fan default e clocks inalterados. As estatísticas de frames por segundo e os dados dos gráficos foram obtidos com o software Fraps.
Configuração da bancada de testes
Placa Mãe: GIGABYTE Z370 XP SLI
Processador: Core I7 8700K
Memória RAM: HyperX Predator 3000 MHz CL15 2x8GB
VGA: ASUS RX 5700 Strix OC 8GB
PSU: EVGA 1000G2
SSD: Teamgroup L3 Evo 240GB (SO)
SSD: WD 1TB Blue (Games)
Cooler: CM MasterLiquid Pro 280
Driver: 19.10.1
SO: Windows 10 64 Home SL v1903
A RX 5700 é uma placa que oferece hoje uma excelente margem para rodar no Full HD e em 1440p, podendo ainda, dependendo do jogo e da configuração gráfica, rodar em 4K. Comparando com algo da geração passada, para vocês terem ideia, ela rende pouco a menos que uma GTX 1080 Ti, com a vantagem de consumir menos energia e custar bem menos, $400 dólares ou cerca de R$ 2300 reais. Por esse motivo os testes apresentados aqui no artigo, estarei trazendo apenas na resolução 2560×1440. Mas fiquem sempre de olho no canal do YouTube, acessando esse link, para outras variações de testes.
Assassin’s Creed Odyssey
Jogo da Ubisoft lançado em 5 de outrubro de 2018, com sua ambientação na Grécia Antiga, mostrando cenários complexos e exigente para o hardware, em um mundo aberto e vasto para explorar inúmeras possibilidade com sua jogabilidade e mecânicas reformuladas dentro da franquia, com maior foco no RPG de ação. Criado com a engine AnvilNext 2.0, e a API é DirectX 11.
Battlefield 5
BF5 é um jogo de tiro em primeira pessoa com foco no multiplayer online, teve seu lançamento no dia 20 de novembro de 2018. Desenvolvido pela EA DICE e Criterion Games, o jogo foi um dos primeiros a apresentar tecnologias recentes como Raytracing. Criado com a engine Frostbite 3, e tem suporte ao DirectX 11 e ao DirectX 12.
Grand Theft Auto V
GTA 5 que foi lançado em abril de 2015, e foi um dos jogos mais aguardados para PC dos últimos anos, sucesso de crítica e repleto de premiações. Entre promessas e muitos adiamentos – já que ele foi lançado antes nos consoles – título chega ao PC com gráficos ainda mais bonitos. Desenvolvido pela Rockstar Games, ainda hoje é um dos games mais jogados da atual geração. Criado na engine RAGE.
Metro Exodus
Jogo de tiro em primeira pessoa de sobrevivência, foi lançado em fevereiro de 2019. Desenvolvido pela 4A Games, ele é o terceiro título da franquia Metro. Mostrando cenários detalhados e extremamente bonitos, jogo trouxe recursos tecnológicos recentes como Raytracing e DLSS utilizando a API DirectX 12. Criado com a 4A Engine.
Red Dead Redemption 2
RDR2 desenvolvido pela Rockstar Games, foi lançado em novembro de 2019 para PC (1 ano após o lançamento da versão dos consoles,) sendo um dos jogos mais aguardados pelos jogadores de PC, até mesmo antes da confirmação do jogo para a plataforma, tamanha a empolgação e esperança. Um dos títulos mais aclamados da geração, ele possui temática e ambientação no velho-Oeste, mostrando cenários deslumbrantes e rico em detalhes, bem como uma narrativa densa. Criado na engine RAGE.
Shadow of the Tomb Raider
Terceiro jogo da franquia após o seu reboot em 2013, jogo da Lara Croft foi lançado em setembro de 2018. Desenvolvido pela Eidos Montréal, título apresenta excelentes gráficos e ambientação imersiva. Trazendo recursos recentes como o Raytracing, sendo um dos primeiros a ter suporte à tecnologia. Criado na engine Foundation, e com suporte ao DirectX 12.
The Witcher 3: Wild Hunt
The Witcher 3 foi desenvolvido pela CD Project Red, sendo lançado em maio de 2015. Considerado como um dos maiores títulos de RPG de ação da história dos games. Ambientado em um vasto mundo aberto recheado de missões secundárias e com uma narrativa densa, jogo é baseado na série de livros do escritor polonês Andrzej Sapkowski, sendo o terceiro título da franquia mostrando as histórias do bruxo Geralt de Rívia. Criado na REDengine 3, com suporte ao DirectX 11.
O resumo dos testes é que ela se posiciona entre a RTX 2060 e a RTX 2060 Super em performance e entrega basicamente o mesmo desempenho de um modelo mais básico, o Pulse.
O sistema de refrigeração no entanto é mais eficiente (comparado ao modelo RX 5700 Pulse) por conseguir manter excelentes temperaturas e em um baixíssimo nível de ruído, mesmo na minha metodologia de tortura dos 32 graus ambiente.
Conforme podemos ver nos testes, a GPU fica na média dos incríveis 65 graus, VRM também em 65 e somente a GDDR6 mais quente, média de 78 graus. Na câmera térmica, parte frontal bem tranquila de 39 à 55 graus, parte superior de 48 à 72 graus, backplate de 62 à 73 graus esquentando mais na área da GDDR6. Enquanto isso a Sapphire Pulse apresentou alguns graus acima, mas nada preocupante.
No teste de frequência vemos uma boa estabilidade e exatamente o mesmo clock no modo Silent ou Performance, e a RX 5700 sofre de uma limitação imposta pela AMD que não possibilita subir muito clock, mesmo que num modelo excepcional como neste Strix. O aumento no clock foi bem discreto, próximo de 1800 Mhz e + 880 Mhz na RAM, resultando em um decepcionante aumento de 4% em 3DMark TimeSpy.
Sobre o preço. Por se tratar de um modelo diferenciado, são placas naturalmente um pouco mais caras que as 5700 mais simples. Lá fora, modelos como RX 5700 Red Devil, 5700 Nitro+ e 5700 Strix são vistos por $400, cerca de $50 a mais que modelos mais simples como o Pulse, Mech OC, XFX DD Ultra, ASUS TUF e etc. E isso reflete diretamente nos preços no Brasil, de forma com que uma 5700 básica é vista de 1900 à 2100, enquanto que uma diferenciada chega a custar 2300, 2400, muito próximo e as vezes no mesmo preço que uma 5700 XT básica, que apesar de ser básica, tem o chip mais rápido.
E este é o problema dos modelos diferenciados. Por um lado, trás um design melhor trabalhado, um RGB a mais, as vezes uma temperatura um pouco melhor, mas isso eleva muito mais o custo da placa do que efetivamente a performance. Então comparando apenas FPS, na prática, uma ROG STRIX OC ou uma Sapphire Pulse tem o mesmo desempenho, conforme foi visto.
O que muda? Temperatura, ruído, visual. Se você está disposto a pagar por estes “mimos”, a ROG Strix tem um ótimo projeto de refrigeração e 3 anos de garantia, conforme diz na caixa. Se o seu foco é no menor custo possível, recomendo o modelo Sapphire Pulse que eu já publiquei o review aqui no site, e testei no canal (link), sendo uma placa bastante decente pelo o que cobra. Tem público para tudo e cabe a você saber até onde o calo aperta.
Referência e crédito para fotos do PCB: Techpowerup